5.5.18

E depois do tetra, o quê?

Passados 2 anos senti necessidade de vir aqui escrever, porque a reflexão seria demasiado grande para posts em redes sociais ou fosse ou que fosse. Há um novo campeão, o sonho do Penta está oficialmente acabado. Tendo nascido em 90, cresci a amar um Benfica que não ganhava, que era facilmente humilhado por qualquer clube, fosse ele grande ou pequeno. Aprendi a amar o Benfica durante a época a que alguns amigos chamam de Vietnam Benfica. Vi um campeonato em 94 e depois só voltei a ver em 2005, mas amei o clube apesar de tudo isso, porque o que sinto pelo Benfica não se baseia em vitórias, é algo que vem de dentro, que está gravado no meu ADN e que não sairá nunca. 

Esta introdução serve para dizer que, para quem cresceu com o Benfica dos anos 90, estes últimos 4 anos foram um sonho, algo que nunca pensei viver na minha vida, ainda para mais depois daquele fatídico ano de 2013. Mas hoje sinto-me desiludida e, apesar dos 4 campeonatos, há um sabor amargo. Se há coisa que também fui aprendendo ao longo dos anos a acompanhar o Benfica, foi a ter exigência. Por essa razão, não consigo ser o tipo de pessoa que fica satisfeita com um tetra, quando se poderia ter conseguido um Penta e depois um Hexa (que nunca ninguém ganhou). Não consigo ser o tipo de pessoa que diz: "não se pode ganhar sempre, já foi bom". Não, não e não! A génese do Benfica não é essa, os valores do Benfica não são esses. No Benfica sempre houve e sempre terá que haver exigência. Se num ano ganhámos tudo, no seguinte o objetivo tem de ser voltar a ganhar tudo de novo. Não sou mais benfiquista que ninguém, mas não consigo perceber a mentalidade dos adeptos que acham que isto já foi bom e que não nos podemos sentir desiludidos. 

Mesmo apesar do desinvestimento, acabámos por estar a lutar até ao fim, mas perdemos o penta por culpa própria, porque nos momentos decisivos não fomos Benfica, não demos tudo por tudo. Uma equipa que quer ser campeã não pode jogar apenas na 1ª parte, tem que dar tudo por tudo nos 90 minutos. E aí, a culpa é exclusivamente nossa. Não houve raça e atitude quando deveria haver, não houve vontade. Aliás, em determinada altura ficou bem claro que os únicos que continuaram a acreditar e a lutar pelo Penta foram apenas os sócios e adeptos, não a equipa. 

Como disse lá em cima, aprendi a amar o Benfica nos bons e maus momentos e assim continuará a ser. Muito poderia ser dito sobre a falta de militância quando já não há títulos em jogo, quando já não cheira a festa, mas não quero entrar por aí. Isso fica para a consciência de cada um. Cada um vive o Benfica como acha que deve viver, como se sente bem a viver. Eu só me sinto bem a viver o Benfica a 200%, seja nas vitórias ou derrotas, no futebol ou modalidades. Desta época levo de positivo o facto de ter sido a época em que cumpri o objetivo de vida de receber o emblema de prata. E apesar da desilusão e frustração que sinto agora, para o ano lá estarei de novo, a apoiar sempre. Porque o Benfica nunca se abandona e pelo Benfica dá-se sempre tudo!


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